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Objetificar a experiência e distorcer expectativas semióticas. Não há signos. Não existem alegorias, mas uma nova realidade visual, tão artificial, que embotados pelo excesso de estímulos, ficamos quase indiferentes. É cansativo tentar entender. Como num teste de Rorschach, as abstrações induzem a um processo de interpretação, mas as obras imersas em distrações pictóricas, afetam o processo de construção objetiva da mente. Ao tentar classificar, algo se perde. Daí surge a pausa. A percepção da necessidade humana em construir relações simbólicas.

 

As pinturas refletem a soma abstrata de impressões que constitui a atividade imanente em todos nós, ações e decisões cotidianas em uma sobreposição de comportamentos. A eterna agitação e mudança, cacofonia de informações e forças rivais intensas que carregam a complexa percepção de nós mesmos. Retratos de momentos estáticos mas em perpétua dispersão. Dias carregados de informação, emoções e dúvidas.

 

Afinal, seja por descontentamentos vagos ou um acervo de boas memórias, as obras buscam restaurar nosso encantamento. A alta voltagem cromática quer alterar a percepção, invocar outras frequências e induzir a um novo estado mental. Um lugar de culto para transcender o racional. Na linguagem visual da abstração e expressionismo a construção de uma dimensão espiritual e meditativa.
 

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